Diretor da Polícia Federal aponta risco de evasão e questiona viabilidade operacional das medidas sugeridas pela PGR.
A Polícia Federal solicitou nesta terça-feira (26) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que seja autorizada a permanência de uma equipe policial dentro da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em tempo integral, para garantir o cumprimento da prisão domiciliar e evitar uma possível fuga.
Mais cedo, Moraes havia autorizado, a pedido da PF e com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR), a presença de agentes policiais apenas ao redor da residência de Bolsonaro, para monitoramento em tempo real.
No entanto, em ofício assinado pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, a instituição defende que o monitoramento por tornozeleira eletrônica não é suficiente, já que pode sofrer falhas de sinal ou interferências deliberadas. Como precedente, o documento cita o caso do juiz Nicolau dos Santos, que permaneceu sob vigilância domiciliar nos anos 1990, após condenação por desvio de recursos da construção do Fórum Trabalhista de São Paulo.
Rodrigues destacou ainda que a medida sugerida pela PGR — de reforço ostensivo no condomínio do ex-presidente — seria operacionalmente inviável e poderia gerar transtornos aos moradores da região. Por isso, a alternativa mais eficaz seria a presença de policiais no interior da residência.
Na noite desta terça, Alexandre de Moraes encaminhou o pedido da PF para um novo posicionamento da PGR.
O reforço na vigilância acontece às vésperas do julgamento no STF, marcado para 2 de setembro, no qual Bolsonaro e outros sete réus respondem por suposta participação no chamado “núcleo crucial” de uma organização criminosa que tentou um golpe de Estado após as eleições de 2022.