O advogado de Daniele Barreto, médica encontrada morta na tarde desta terça-feira (9) no Presídio Feminino de Nossa Senhora do Socorro, afirmou que a cliente havia alertado autoridades sobre os riscos à própria vida caso fosse levada de volta à prisão.
Daniele, acusada de planejar a morte do marido, o advogado José Lael Rodrigues Júnior, estava internada em uma clínica de repouso e retornou ao presídio após audiência de custódia.
Em entrevista à TV Atalaia, o advogado Fábio Trindade declarou:
“Eu nunca imaginei que fossem cumprir um mandado de prisão em uma pessoa em tratamento, tratamento esse por tempo indeterminado. Ela foi retirada do tratamento e colocada para a morte.”
Segundo Trindade, Daniele apresentava sinais graves de sofrimento, incluindo automutilação e pensamentos suicidas. Durante a audiência de custódia, a médica alertou que não resistiria ao retorno à prisão.
“A última palavra que Dani disse lá na audiência é que se viesse pra cá, ela iria fazer isso. Disse pra mim, pro irmão, pra cunhada, a todos que estavam ali presentes. Eu alertei de todas as formas, eu documentei, eu disse que ela não podia vir”, relatou o advogado.
O defensor acrescentou que, mesmo questionando a magistrada sobre a possibilidade de internação, Daniele ouviu que receberia atendimento psiquiátrico no presídio. Ainda assim, afirmou:
“A primeira coisa que vou fazer é tirar a minha vida. E assim ela fez e cumpriu.”
Daniele havia cumprido prisão domiciliar, que foi posteriormente revogada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Após internação em clínica psiquiátrica, foi novamente encaminhada ao presídio, onde veio a falecer horas após a audiência.