Março é o mês em que é celebrada a história e lutas das mulheres no mundo. No dia 08, precisamente, é comemorado o Dia Internacional da Mulher, data instituída oficialmente pela ONU, marcando o símbolo principal de homenagens às mulheres. De acordo com dados do Índice de Gênero dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para a agenda da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2022, o Brasil está na 78ª posição no ranking que mede igualdade de gênero em 144 países. O relatório global avalia a evolução dos países em relação às metas estipuladas pela agenda da ONU e aponta que além da pandemia da COVID-19 ter sido um fator determinante para expor as desigualdades de gênero no mundo, menos de um quarto dos países está fazendo avanços no que diz respeito à promoção da igualdade de gênero.
É evidente que há outras desigualdades associadas, além de raça/etnia, classe, geração etc., tais como há também desigualdades de acesso a outras dimensões da esfera pública, a exemplo de áreas como a justiça, a tecnologia, a saúde, entre outras. Portanto, propostas de políticas públicas voltadas às mulheres e ações coletivas são necessárias para estabelecer mudanças na sociedade e para que as desigualdades de gênero sejam combatidas no contexto do conjunto das desigualdades sócio- históricas e culturais do país. Pensando nisso, ao longo deste mês, contarei histórias de ações que considero muito importantes no âmbito de Sergipe, voltadas à luta pela igualdade de gênero e direitos das mulheres.
A primeira iniciativa que lhes apresento é a Rede Solidária de Mulheres, projeto realizado pela Associação de Catadoras de Mangaba de Indiaroba (Ascamai), em parceria com a Petrobras e com o apoio da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e do Movimento de Catadoras de Mangaba (MCM) que tem como objetivo a realização de ações que possam emancipar as mulheres que constroem a Rede em Sergipe e também as comunidades onde elas estão inseridas.
O projeto conta com a participação de 11 Associações de mulheres, localizadas em três áreas urbanas e nove povoados situados nos municípios de Carmópolis, Indiaroba, Estância, Barra dos Coqueiros, Pirambu, Japaratuba, Divina Pastora, em áreas da Mata Atlântica de Restinga de Sergipe. Com um trabalho que inclui cursos profissionalizantes e de aprimoramento dos saberes, a Rede Solidária de Mulheres tem como proposta a realização de ações que contribuam com a autonomia para cerca de 400 mulheres que constroem o Projeto em Sergipe.
As iniciativas realizadas entre o Projeto, a Petrobras, as gestões municipais e as mulheres são necessárias para dar continuidade ao trabalho de reflexão e aprimoramento das ações pautadas nas políticas públicas em execução. O projeto é desenvolvido com a participação direta dos membros das comunidades envolvidas e por uma equipe técnica permanente, tendo em vista que a formação para o trabalho necessita de estratégias teóricas e práticas, levando em consideração o conhecimento cultural e tradicional, habilidades e competências desenvolvidas pelos grupos comunitários.
A igualdade de gênero e racial são recortes importantes para que as participantes do projeto se sintam incluídas nos processos de geração de renda para reconstruir sua identidade cultural e sua condição de produção econômica. A Rede tem o compromisso com essas mulheres e suas comunidades em dirimir cada vez mais as desigualdades de gênero através dos mecanismos operados pelas políticas públicas.
Portanto, o projeto visa desenvolver habilidades e competências para o trabalho dessas mulheres por meio de processos educativos que estimulem a ampliação de oportunidades de inserção profissional nas suas localidades de abrangência. Entre as ações desenvolvidas em Sergipe através da Rede, há também a construção das unidades de produção que são entregues às comunidades com a proposta de garantir a continuidade desse aprendizado, assim como a possibilidade de manutenção da autonomia financeira dessas mulheres.
Para saber mais sobre a Rede Solidária de Mulheres, acesse: https://redesolidariademulheres.com.br/
*Com informações da equipe de comunicação da Rede Solidária de Mulheres