Realização de provas continua sendo adotado para escolher estudantes em faculdades universidades; ele acontece sob regras que preservam a lisura e a igualdade de condições
Milhares de jovens estudantes se preparam todos os anos para um teste de conhecimentos que pode ser a porta para o curso superior em uma universidade de renome. É o vestibular, nome derivado da palavra latina vestibulum (entrada), que hoje representa um dos principais formatos de ingresso no ensino superior brasileiro. Introduzido no Brasil durante o século XIX, ele vem sendo adotado há muitos anos pela maioria das faculdades e universidades, inspirando a criação do próprio Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
O modelo atual de vestibular, de questões de múltipla escolha sobre o conteúdo de conhecimentos ensinados durante o Ensino Médio, surgiu na década de 1960, com a criação das instituições organizadoras de concursos e vestibulares de grandes universidades, principalmente as públicas. Ele se manteve mesmo após a última reforma da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), em 1996, que deu autonomia para cada instituição de ensino organizar o seu processo seletivo e determinar seus critérios.
Até hoje, ele é considerado o mais eficiente e igualitário na seleção dos estudantes melhor preparados para ingressar no ensino superior. “O vestibular coloca todo mundo no mesmo nível. Todos vão fazer o mesmo tipo de prova, e dali vamos selecionar os melhores para ocupar as vagas nos cursos. Os candidatos que tiverem as maiores notas serão os selecionados para vir fazer a matrícula”, resume José Alves da Cruz Júnior, coordenador da Comissão Permanente de Processo Seletivo (Compese), do Grupo Tiradentes.
Como é feito
Nas instituições do Grupo, como a Universidade Tiradentes (Unit) e a Unit em Pernambuco, os vestibulares e outros processos seletivos são de responsabilidade da Compese, que promove estes exames nas cidades onde as suas unidades de ensino estão instaladas (Aracaju, Estância, Itabaiana, Propriá, Recife e Goiana). A jornada começa com a definição do total de vagas para os cursos de cada instituição durante o semestre. A partir daí, elabora-se um edital, definindo as regras de todo o processo, incluindo o cronograma com as etapas, a inscrição dos candidatos, o conteúdo exigido e o formato das provas, a classificação e a matrícula dos aprovados.
As provas com as questões do vestibular são elaboradas pelas chamadas “bancas”, empresas e instituições especializadas no ramo, a exemplo da Carlos Chagas, da Cesgranrio e da Strix Educação, de Salvador, que elabora as provas para os processos do Grupo Tiradentes. De acordo com Alves, esta elaboração é feita no mais completo sigilo, adotado para manter a lisura do processo seletivo. “Nem mesmo nós temos qualquer acesso à elaboração das provas, que já são entregues prontas e lacradas pela Strix, no dia da prova”, cita ele.
Já a aplicação dos exames é organizada pela Compese, que recruta colaboradores do Grupo e alunos de cada unidade para atuarem como fiscais de prova, orientando os candidatos e fazendo valer as regras do edital, para manter a lisura e evitar qualquer tipo de fraude. Esta é a mesma preocupação do esquema de segurança montado pela Compese, em colaboração com as equipes de segurança de cada campus, que são orientadas a revistar os candidatos e impedir a entrada de quaisquer equipamentos eletrônicos, bem como de qualquer outra tática que resulte no vazamento de informações e respostas durante a realização das provas.
Após as provas, a comissão organizadora recolhe e faz a correção. Uma máquina faz a leitura das folhas de respostas, nas quais os candidatos anotam as respostas das questões objetivas. Já no caso das provas discursivas, empregadas em vestibulares de Medicina, as respostas de cada candidato são avaliadas e corrigidas pela banca da Strix. E as provas de redação são corrigidas por uma equipe de professores coordenada pela própria Unit.
Importância mantida
O vestibular sempre foi realizado como principal forma de ingresso no Grupo Tiradentes, em sua maneira tradicional, desde a criação da Faculdade Tiradentes, em 1972, quando a prova foi aplicada nas arquibancadas do Estádio Estadual Lourival Baptista, o “Batistão”, em Aracaju. De lá para cá, e com o crescimento da instituição, a participação dos estudantes também foi aumentando, o que ajudou a consolidar o vestibular e se manteve mesmo com as evoluções e mudanças do mercado e da sociedade. Mesmo com a pandemia de Covid-19, em 2020, e com as restrições impostas por ela, a prova se manteve com adaptações e passou a ser feita via internet, através de salas virtuais que mantêm as mesmas regras do formato presencial.
De acordo com o professor Temisson José dos Santos, vice-presidente acadêmico do Grupo Tiradentes, o vestibular como formato de seleção agrega qualidade e credibilidade à instituição, tornando-a conhecida do grande público por selecionar bem os candidatos melhor preparados. “É claro que a gente pratica outros formatos de seleção além dos tradicionais, que algumas instituições abandonaram totalmente. Nós não as abandonamos por conta de uma fatia de qualidade, em que a gente realmente seleciona, e de outra fatia que traz o simbolismo de mostrar que a Unit continua na crença de que isso faz sentido e traz um aluno melhor preparado para os seus quadros, está mais focada na qualidade”, afirma.
E mesmo em cursos com baixa concorrência de vagas, muitos estudantes acabam preferindo encarar o vestibular tradicional e se preparam em uma maratona de estudos, por se sentirem desafiados a testar seus conhecimentos e a aprimorá-los cada vez mais. “É muito importante. Se for para um curso que tenha uma grande concorrência, tem que encarar. Ele deve estar se preparando, e recomendo que se prepare mesmo. Se for para um curso que não tenha concorrência ou que ela seja pouca, também é válido fazer, para que o aluno possa se auto avaliar, entender as fragilidades e as lacunas de aprendizagem que ele tem. Sempre vale muito a pena, porque isso não vai minimizar o esforço que ele vai ter para a sua formação”, recomenda o professor Temisson.
Vestibular Unit
As inscrições para o Vestibular Tradicional 2023-2 da Universidade Tiradentes terminam nesta quarta-feira, 31 de maio, às 18h, com mais de 1.700 vagas em 27 cursos no campus Farolândia, em Aracaju, e nas unidades de Estância e Itabaiana. As inscrições podem ser feitas através do site https://www.unit.br/vestibular, com taxa de R$ 50,00. As provas são presenciais e estão marcadas para o dia 4 de junho.
Asscom | Grupo Tiradentes
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