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Simão Dias: Exploração da Furna do Dorinha: Desvendando os Segredos de uma Caverna Após 88 Anos

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Por Isto é Aracaju

Furna do Dorinha
Furna do Dorinha

Na cidade de Simão Dias, no interior do estado de Sergipe, pesquisadores estão explorando uma cavidade natural conhecida localmente como Furna do Dorinha. Essa caverna está registrada no Cadastro Nacional de Cavidades da Sociedade Brasileira de Espeleologia com o nome de Abismo de Simão Dias, sob o código SE-8.

A cavidade é um abismo com um desnível de 50 metros e, no fundo, há um lago, cuja profundidade máxima explorada até o momento é de 26 metros. Na década de 1928, o historiador Carvalho Neto relatou a primeira exploração feita por um padre, em um artigo na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. Segue um trecho do relato:

“Vários habitantes da cidade se aproximaram da borda com o objetivo de desvendar o mistério. Eles levaram cordas de caroá, que foram amarradas umas às outras e presas a um tacho. Assim, estava pronto o equipamento de exploração, e pouco depois o destemido explorador desaparecia, engolido pelo abismo. Ele não desceu muito; uma laje, como se fosse um grande degrau de uma escada gigantesca, bloqueou sua descida. No entanto, ele conseguiu enviar um recipiente que capturou um pouco da água cristalina e salobra do fundo desconhecido.”

Pesquisadores em Simão Dias
Pesquisadores em Simão Dias

Após essa façanha, a história local conta também sobre um personagem chamado Seu Dorinha, antigo proprietário das terras na década de 60, que tinha grande influência na região. Diz-se que ele não tolerava desordem, e aqueles que a praticavam eram destinados ao fundo do abismo…

Nos anos 90, o Centro Espeleológico de Alagoas (CEA), um grupo pioneiro na espeleologia em Sergipe, realizou explorações e mergulhos no abismo. Em 2003, durante o 27º Congresso Brasileiro de Espeleologia, membros do Centro da Terra publicaram um artigo sobre a descoberta de uma carapaça fossilizada de quelônio encontrada no abismo em 1997. A partir desse momento, foram realizadas várias explorações nos anos seguintes.

Passaram-se 88 anos desde a primeira sondagem do abismo e 19 anos desde a descoberta do fóssil. Agora, uma missão conjunta, em parceria com o Centro da Terra, o Ministério Público Federal de Sergipe, o Corpo de Bombeiros de Sergipe, o Laboratório de Ambientes Aquáticos da UFS e a SCUBASUL Cursos de Mergulho do Paraná, com o apoio da Prefeitura de Simão Dias, está realizando uma nova exploração para avaliar o potencial arqueológico, paleontológico e as condições de mergulho no lago, visando uma futura expedição.

Essa atividade ocorreu nos dias 13 e 14 de dezembro de 2016, com a instalação de uma plataforma flutuante para auxiliar os trabalhos da equipe aquática.

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